Ao lado de uma pequena mesa estavam sentados dois agentes da pastoral do dízimo. Enquanto um deles acolhia as pessoas o outro organizava as fichas e pelos canhotos dos carnês ia anotando os valores entregues pelos dizimistas. Uma rotina semanal. Mas naquele domingo o agente da pastoral notou que mais pessoas estavam comparecendo com as suas contribuições e ele então se lembrou que na véspera tinha saído uma reportagem muito positiva numa rede de televisão católica sobre a importância do dízimo como instrumento de evangelização. A divulgação é muito importante para conscientizar as pessoas – ele pensou. De fato, mesmo dizimistas que estavam a muito tempo sem contribuir estavam procurando a equipe para trazer o seu dízimo. Ao final dos trabalhos daquele dia o agente procurou o responsável pela pastoral do dízimo e sugeriu que se fizesse uma campanha de divulgação e conscientização sobre a importância do dízimo para a comunidade. O padre foi consultado e considerou a idéia muito boa e logo deu andamento à sugestão convocando o Conselho de Pastoral da paróquia para uma reunião e durante a tal reunião foi estabelecido um final de semana para a conscientização nas missas. Um leigo foi convidado a fazer uma reflexão de 15 minutos antes do ofertório de cada missa daquele final de semana. Muitos dizimistas e outros paroquianos que se tornaram novos dizimistas foram tocados por suas colocações sobre o valor do dízimo para o dizimista e para a sua comunidade. Uma das coisas que marcou na fala daquele animador foi sobre a necessidade de alimentar o entusiasmo dos dizimistas pela sua fidelidade e pela sua opção de retribuir através do dízimo. Ele disse que o dízimo é, com certeza, senão a melhor – pelo menos uma das melhores formas de participar do compromisso de ser Igreja porque é uma forma regular de prover as necessidades da comunidade que se repetem cada mês. O próprio agente se sentiu mais motivado a perseverar em sua condição de dizimista e agradeceu a Deus por seu privilégio de participar de uma forma concreta da vida de sua comunidade de irmãos. Ele se lembrou dos tempos que não participava da Igreja e o vazio que era a sua vida então. Certo dia, desempregado, ele depois de muitas idas e vindas procurando emprego no centro da cidade, entrou em uma igreja para sentar-se por alguns minutos e descansar um pouco. Instantes depois teve início a celebração de uma missa da qual ele acabou participando até o fim. Na homilia o padre falava sobre a comunidade, a família, o trabalho, a solidariedade. Assuntos que tocavam de perto à sua realidade e que encheu de conforto o seu coração já quase desanimado da luta. Naquele dia ele não conseguira arranjar um emprego – o que só veio a acontecer meses mais tarde, - mas resgatara valores muito importantes da fé da sua juventude e desde então voltara a participar regularmente de sua comunidade. Assim que arranjou um emprego começou a retribuir fielmente com o dízimo e percebeu que isso lhe trazia uma grande satisfação interior – um senso de participação plena no dinamismo da vida em sua comunidade de fé. Mais uma vez deu graças a Deus pelo privilégio de participar da vida da Igreja em sua comunidade de irmãos. Mais uma vez estava ali fazendo as anotações nas fichas dos irmãos dizimistas e desta vez um sorriso iluminado e confiante se estampava em sua face!